terça-feira, 22 de janeiro de 2008

sábado, 20 de outubro de 2007

Investimentos em pessoas: Ônus ou Bônus?



Há pouco tempo fui convidado a palestrar para um grupo de pequenos empresários sobre gestão de negócios.
No exato momento em que eu falava sobre investimentos em pessoas, fui abordado por um empresário que me questionou sobre o assunto.
Ele encontrava-se preocupado com a situação e com o descaso de seus funcionários com relação à sua empresa. Segundo ele, sua equipe não merecia esse investimento visto que a maioria não queria saber de nada. Não havia comprometimento, nem responsabilidade e tão pouco amor ao trabalho. Completou dizendo que “se não bastasse, exigem todos os seus direitos e ainda nos levam ao ministério do trabalho”. Diante da situação e das circunstâncias tive que concordar com ele.
Porém, numa reflexão mais ampla mostrei a ele e ao grupo, que infelizmente a culpa maior dessa situação ainda é nossa (empresários). Com todas essas mudanças acontecendo nós continuamos com uma política retrógrada e paternalista, utilizamos ainda de meios impróprios para gerir nossos recursos humanos.
Em outra ocasião, durante uma consultoria na cidade de Cuiabá, ouvi de um outro empresário do segmento de transporte de pessoas, que sua empresa não iria mais gastar dinheiro com treinamentos, pois à medida que seus funcionários eram treinados a concorrência lançava mão. Na oportunidade eu perguntei a ele: “O que você tem feito para mudar essa situação”?
Esses exemplos ilustram e referenciam a necessidade de uma mudança de comportamento, eles mostram como estamos com nossas raízes voltadas para o passado.
Portanto cabe a nós nesse momento a responsabilidade e o ônus de mudar essa situação e quanto mais demorar o processo mais prejuízos teremos.
Há uma questão muito forte de cultura e hábitos que necessitam ser trabalhadas e mudadas nas organizações, a começar pela classe empresarial.
Não houve ainda uma evolução de pensamentos, as empresas continuam sendo geridas por diferentes estilos de liderança, sem critérios, sem ter um conhecimento profundo dos seus problemas e sem agir corretivamente nas suas causas.
Grande parte das empresas de pequeno e médio porte não possui políticas de recursos humanos. Eu entendo a dificuldade, não é fácil para um comando centralizado cuidar de todos os aspectos relacionados a diagnósticos, treinamentos, benefícios e controle de pessoal.
Mas, infelizmente o resultado dessa carência traz conseqüências dolorosas, principalmente para o “bolso” das empresas.
Um dos problemas mais freqüentes que encontramos nessa área é o elevado índice de rotatividade de funcionários. Geralmente as contratações são feitas sem o mínimo de planejamento e quando acontecem são para suprir demandas atrasadas, portanto o funcionário inicia suas atividades sem o menor conhecimento da empresa em que vai trabalhar. É importante e necessário que as empresas tenham sua estrutura com funções definidas e com perfil de funcionário adequado à suas atividades.
As lideranças devem estar atentas a esse detalhe. Coloque cada peça no seu devido lugar, não adianta, por exemplo, investir em um funcionário que não tenha habilidades para determinada atividade, não tem nada a ver com seu perfil, fatalmente ele vai permanecer na empresa. São esses detalhes que geram custos, stress, desmotivação e consequentemente improdutividades.
Outro problema freqüente é a falta de relacionamento e clima interno. Procure conversar com seus funcionários, peça sugestões, faça reuniões periódicas. Há quanto tempo você não reúne seus gerentes e funcionários? Há quanto tempo você não provoca um clima diferente na sua empresa com uma festinha de confraternização? Isso também é um fator motivacional, cria um clima harmonioso, aumenta a auto estima das pessoas, o grupo passa a conviver melhor e facilita o gerenciamento dos seus processos.
As mudanças devem começar de cima, procurem não ser resistentes, mude a sua cultura e acompanhe mais de perto o seu negócio. Atentem para os detalhes, com certeza essa prática auxiliará e muito na melhoria da sua empresa.
Quero ressaltar aqui essa palavra mágica chamada resistência. O fator predominante que caracteriza essa palavra é o medo de mudanças, ele implica diretamente no comportamento das pessoas e nos resultados das empresas.
Há muitos anos atrás Darwin disse o seguinte:“Não é o maior ou o melhor de cada espécie que vai sobreviver, mas sim aquele que estiver apto à mudanças”.
Você pode até ser o maior e o melhor hoje, mas isso pode não durar por muito tempo, lembre-se da globalização, da concorrência, das mudanças, das...
Ainda é tempo, invista em você, nos seus funcionários e na sua empresa.

O perigo do negócio sem gestão



As vezes não é somente o querer, o poder ou simplesmente ter a vontade de abrir um negócio que vai torná-lo viável ou lucrativo a ponto de vivermos ou dependermos dele.
Segundo dados do SEBRAE, a maioria dos negócios que são abertos no Brasil, 56%, fecha suas portas ou quebra antes mesmo de completar o seu quinto ano de vida, isso acontece principalmente com micros, pequenas e médias empresas.
Esse fenômeno ocorre principalmente com aquelas pessoas que deixam o seu emprego pensando que já estão aptas a trabalharem “por conta própria” ou mesmo aquelas que ficaram desempregadas e se aposentaram, acreditam que estão preparadas para abrir um “negocinho”.
Na maioria das vezes elas pensam que saber fazer o pão e ser um ótimo padeiro já é o suficiente para abrir a sua própria padaria, ou indivíduos que são ótimos professores estão aptos a abrirem sua própria escola.
Quando isso ocorre e as coisas não são devidamente estudadas, orientadas ou planejadas, o bicho começa a pegar, a cobra começa a fumar e o perigo é iminente.
E assim o fenômeno vai ocorrendo e a maioria vai conhecendo, conforme a dose, o desconforto e a sensação de que não foi feliz na opção.
É preciso ter muito juízo para lidar com essa situação, porque esse conhecimento não é suficiente e nem sinônimo de bons negócios.
Não basta ter conhecimento intrínseco do produto ou serviço, ou do poder de compra através dos recursos disponíveis para que o eventual negócio se torne viável ou lucrativo.
Existe uma outra necessidade importantíssima, que é o conhecimento profundo do negócio e do mercado a ser explorado.
O risco ocorre quando não estamos devidamente preparados e orientados, principalmente para essas duas necessidades citadas.
É justamente nesse ponto que eu quero chegar. Como e quando devemos estar atentos para evitarmos situações desagradáveis futuramente?
Para abrirmos um negócio é necessário conhecimento do produto ou serviço e um planejamento que vai desde a sua concepção até o seu exercício prático.
Com relação ao conhecimento do negócio pretendido, algumas perguntas se fazem necessárias: - Conheço bem o produto ou serviço que pretendo iniciar?- Qual é o público ou classe que quero atingir com meu produto ou serviço?- Onde pretendo chegar com esse negócio?- Qual é o custo inicial do produto ou serviço?- Qual é a estrutura necessária para abertura desse negócio?- Qual é o custo total para manter meu negócio?- Tenho reserva financeira necessária?- Se não, como devo buscar recursos?
Após o conhecimento e definição do negócio, deve-se buscar através de pesquisas a sua viabilidade, colhendo dados do mercado de atuação, verificando na sua praça, bairro ou cidade a população que irá eventualmente consumir ou usufruir do seu produto ou serviço, bem como a existência de negócios semelhantes ao seu (concorrência).
Cabe aí nesse ponto uma análise mais aprofundada do seu concorrente, com relação ao atendimento, prazo de entrega, custo e qualidade de produto ou serviço ao cliente.
Deverá ser analisado também através de pesquisa, o que o seu futuro cliente necessita ou de que forma ele gostaria de ser atendido nas suas necessidades.
De posse desses dados deve-se planejar o inicio das atividades, elaborando um plano estratégico para orientação das ações a serem tomadas durante o exercício do negócio.